terça-feira, 31 de janeiro de 2017

LIBERTAI-VOS!

Imagens. Ruídos. Ecrãs. Pivôs. E depois o controle, exercido mesmo pelos mais próximos. Quero rebentar. Lembro-me de ti, no Candelabro, a dares-me as mãos, a dares-me forças. Partilhámos segredos. Rimos do mundo absurdo. As tuas dúvidas. Querida, eu quero provocar, agitar as consciências. Não ser apenas mais um. Não dizer o que os outros já dizem. Querida, eu quero o poder a arder, sobretudo nesta era de Trumps. Querida, eu já estou a arder. É tempo de caos, de barbárie. Não me imponham regras nem condições. Eu quero incendiar. Vejo-os tão formatados, tão alinhados que até metem dó. Que vida...sempre a obedecer, sempre a cumprir ordens. Não, querida, não vim para isto. Vim para reinar, vim para a liberdade. Sou dos tambores. Sou da dança. Sou do coração. Esta gente monótona aborrece-me de morte. Nem sei em que pensam. Mas também não suporto os detentores da verdade, aqueles que vociferam como cães. Querida, adoro-te. Dizem-me que tenho uma grande alma. Que chego onde os outros não chegam. Ainda assim hoje estou só nesta aldeia, sem ter com quem partilhar as minhas ideias. No entanto, o que vejo na TV a nível de debates é muito superficial, não se abordam as grandes questões. Suprime-se o tempo de reflexão. Mas, ao mesmo tempo, há esta raiva. Há o grito. Há a revolta. Por quanto tempo permanecereis acorrentados? Por quanto tempo aceitareis a máquina? Está tudo na mente. Desbloqueai a mente. Libertai-vos. Abri as portas. Abandonai a doença.

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