sexta-feira, 28 de outubro de 2016

BRAGA, O TRIUNFO

Braga, o triunfo. De novo, o triunfo. Foi no Juno. Agora bebo cervejas no "Chave d' Ouro". Observo os jovens. Ás vezes falo com eles. Mereço. Penso que mereço. Aqueles dias em que não conseguia comunicar. Fui até humilhado. Sofri tanto. Agora reino. Como Zaratustra. Bebo e vejo Madalena e Jesus. Bebo o cálice sagrado. Entre as raparigas do deserto. Elas amam-me. Sou Narciso. Tenho o direito a ser Narciso. Ah, mulher dos livros, tu não me conheces. Só conheces o leitor, o estudioso, o poeta solitário. Não conheces a minha embriaguez. Ah, como subi ontem. E como subo agora. Afastai-vos, ó merceeiros! Olha que sorriso lindo, que olhos, que boca, que nariz. Que menina linda tenho à minha frente. Como a amo. Como ri. E outra que entra, pernas à mostra. Como as amo. Como as quero. Gata, como te passeias. Como te desejo. E bebo. E continuo a beber. Como Bukowski. Mas depois aparece o gajo a falar em IVA's e facturas e fode tudo. Filhos da puta de moedeiros, de mercadores! Têm sempre que nos andar a foder a vida. E os gajos da praxe. Outros fascistas. Estava eu tão bem. E vêm estes cânticos patéticos, estas macaquices. Macacos. Felizmente, foram embora. E eu volto a reinar com a minha cerveja. Braga, minha cidade. Em ti eu reino.

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