quarta-feira, 1 de junho de 2016

UM NOVO MUNDO E UM NOVO HOMEM!

"Desejo um novo Mundo e um novo Homem!", clama Teixeira de Pascoaes em "Regresso ao Paraíso". O Homem, ou alguns homens, vem dos céus e do infinito. O espírito humano é infinito. No entanto, na História da Humanidade na maior parte das vezes a pequenez tem levado a melhor. Os instintos da crueldade, da competição, da busca do lucro têm-se sobreposto. Os espíritos superiores que pregaram o amor, a liberdade ou a sabedoria como Jesus, Sócrates, Nietzsche, Marx, Bakunine são muitas vezes desprezados pelo sentimento utilitário dominante na sociedade mercantil. Nem os que dizem que seguem Jesus o seguem verdadeiramente. O que é certo é que desde cedo somos levados a apoucar as capacidades espirituais, criativas e cognitivas do ser humano, a desprezar o seu espírito libertário. Cedo nos convencem que não há alternativa à sociedade de compra e venda, cedo nos reduzem à impotência. Ora, poetas, escritores e pensadores como Rimbaud, William Blake, Walt Whitman, Jim Morrison, Antero de Quental, Teixeira de Pascoaes, Henry Miller, Dostoievsky, Aldous Huxley, George Orwell, Platão, Erich Fromm, Marcuse, Guy Debord dizem-nos o contrário. O homem é o único deus, capaz de enormes prodígios. E se se unir a outros homens no amor pode mover montanhas. Porque, de facto, é preciso um novo mundo e um novo homem. Porque, de facto, estamos numa sociedade de canibais. Porque, de facto, temos de nos ir buscar a nós próprios, às profundezas de nós próprios.

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