quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O HOMEM MORIBUNDO

A sociedade mercantil consome os cidadãos com trabalho e isola-os através do medo. Estou na confeitaria, as pessoas ainda falam mas não discutem o essencial, a condição humana, perdem-se em futilidades. As pessoas aceitam o patrão, o governo, a União Europeia, as grandes corporações, a máfia financeira. Não questionam. Parece que apenas se preocupam com os seus problemas particulares, com o futebol, com as vedetas. Não vivem a polis. 
Felizmente, ainda ouço pessoas revoltadas com isto. Pessoas que se insurgem contra a desumanização e a escravização. Contudo, ainda não estamos suficientemente unidos para fazer a revolução. A revolução que instaure uma nova forma de vida sem dominação nem trocas monetárias. A liberdade que rejeita qualquer força que possa interferir com as nossas vontades ou desejos. Isto não é nenhuma quimera. Está tudo na mente e no coração. É uma questão de nos libertarmos desta sociedade odiosa e castradora. Em vez de falarmos de banalidades e de coisas estúpidas, discutamos a vida e o sentido da vida. É uma questão de filosofia. Em vez de ouvirmos esses patetas a fazer-nos a cabeça e a falar economês na TV, discutamos nós a polis e a vida. É o começo. Depois partiremos para a acção. Isto atingiu um estado miserável. Não sei como ainda riem. O homem está moribundo.

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