domingo, 16 de agosto de 2015

EM BRAGA EU REINO

A tranquilidade d' "A Brasileira". O fim de tarde de Agosto em Braga. Queria ficar aqui a beber cervejas. Mesmo que não esteja aqui a empregada bonita. Braga é a minha cidade. Não há dúvida. Aqui me alimento. Aqui ganho forças. Lembro-me que em puto vinha ao barbeiro aqui em frente à "A Brasileira". Mas só comecei a frequentar mais o centro no 12º ano quando tinha explicações de Matemática. Talvez tenha sido um adolescente demasiado protegido. Depois dei nisto. Num misto de inadaptado e rebelde. Venceu o rebelde mas, em certas ocasiões, o inadaptado ainda vem ao de cima. Porra, mas também já passei por situações do arco da velha. Nos últimos anos não, felizmente. Não tenho reagido a provocações. É evidente que sei que vai haver um dia em que vou ter de me confrontar fisicamente com o sistema. Sei que esse dia virá. Não sou o super-homem. Nem sequer no sentido nietzscheano. Procuro-o. Sou um criador, um pescador de homens? Não sei, poucos e poucas me seguem. Ainda não sou suficientemente apelativo. Talvez se me embebedasse todos os dias...ainda não me deram o palco que mereço. No entanto, sei que venho dos malditos, dos que renegaram Deus e o capitalismo. Sim, percorro a estrada larga de Whitman. Não sou dos homens pequenos, das meias-medidas. Sim, terei sido demasiado protegido mas também apanhei as minhas patadas e continuo aqui vivo. Eles quiserem meter-me medo, manter-me caladinho mas eu continuei, eu prossegui viagem, eu dou-lhes luta. Nem que seja Quixote contra os moinhos eu continuo, eu não largo o osso. De uma maneira ou de outra, eu hei-de chegar lá. Eu não sou verdadeiramente daqui. Eu sou de Camelot, de Elsenor, da Grécia Antiga. Eu bebo do cálice. Eu sou o excomungado de todas as eras. Aqui, em Braga, eu reino.

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