quarta-feira, 29 de abril de 2015

BEBO

Bebo e vou continuar a beber
Porque tu não me queres
Porque tu te afastas
E o álcool é o único remédio
A única cura
E eu sou o poeta bêbado
O poeta beatnick
Deixei de ser hippie
Há uns anos
Escrevo com toda a raiva
Aqui n’ “A Brasileira”
Pode ser que ainda telefones
Que dês sinais de vida
Ainda te amo
A loucura por vezes
Apodera-se de nós
Não sei explicar
Bebo e vou continuar a beber
À saúde dos bêbados
Dos desalinhados
É pena que venha o Marques
E não a empregada bonita
Bonita como tu
Que agora não me queres
Por isso bebo
Ninguém tem nada com isso
Sou poeta
Escrevo versos
E digo-os em público
Não suporto polícias
Nem controleiros
Nem que me digam
O que fazer
Sou poeta
Escrevo versos.

Sem comentários: