domingo, 7 de dezembro de 2014

O CANTO DA EMBRIAGUEZ

Sim, ó poderosos, ó vedetas televisivas,
estou próximo de vós
mesmo que esteja aqui só
no centro comercial, no café da Cleo
sim, ó poderosos, ó vedetas televisivas,
não sou menos do que vós
eu brilho
eu canto
eu piso a Terra
sim, ó poderosos, ó vedetas televisivas,
eu sinto o apocalipse próximo
os tsunamis, os dilúvios, os tremores de terra
eu canto o caos e a barbárie
mas também o amor
a vida gratuita
eu canto o belo
as mulheres belas
sou o último dos beats
o poeta da revolta
da hybris
da desmesura
canto o xamã
as iluminações
as conversas em redor da fogueira
canto o homem livre
aquele que recomeça
que segue a estrada larga
canto os loucos divinos
Morrison
Rimbaud
Zaratustra
canto o que ainda não foi dito
o que é preciso dizer
as estrelas
a embriaguez
o céu na Terra.





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