terça-feira, 16 de setembro de 2014

O CAOS

O mundo está um caos. Nunca houve tanta malvadez, tanta pulhice, tanta ganância. O negócio é sinónimo de aldrabice, de corrupção, de roubo. Não há valores éticos. Banqueiros, especuladores, governantes, empresários, "credores", todos estão no mesmo saco. Todos pilham e passam por cima do parceiro. Mas o homem comum imita-os. Aldraba os seus semelhantes por causa do dinheiro, do emprego, do estatuto, da carreira. Raros são aqueles que se revoltam, que questionam, que procuram a virtude, a justiça, a sabedoria. Raros são aqueles que seguem Sócrates, Nietzsche, Agostinho da Silva. Raros são aqueles que se conhecem a si mesmos. É só sacar e safar-se. As pessoas não se abrem às outras, têm dificuldade em expressar sentimentos, estados de alma. As vedetas da televisão vivem por nós. As pessoas saúdam-se, cumprimentam-se, trocam umas piadas. Nada mais do que isso. Salvo raras excepções, não se dão ao outro, não dão o coração. Quase não existe o amor louco. As pessoas têm medo. Realmente são escravas, não vivem. Não celebram a vida. Perdem-se em mexericos, pouco pensam, têm preguiça mental. Arrastam-se. E assim vai o mundo até à grande revolução, até à tomada de consciência. Não se discute a pólis, a própria humanidade, a vida. Os indivíduos agem, pensam e opinam convencidos de que o fazem livremente mas, na realidade, estão contaminados pelos media, pelos negociantes, pelos capitalistas. O alto nível técnico-científico atingido coincide com um desprezo total pela vida humana e pela liberdade psíquica do homem, segundo diz Andrea Devoto. Apesar disso, a revolução continua a estar nas nossas mãos.

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