segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O PENSADOR

"A ambição e a alegria sem limites de decifrar o mundo" constitui o sonho essencial do pensador, segundo Nietzsche. Ainda de acordo com o filósofo alemão, "Platão e Aristóteles puseram-se de acordo sobre o que constituia a felicidade suprema (...); eles encontraram-na no conhecimento, na actividade de um intelecto bem exercido que descobre e inventa". E, de facto, que fazemos aqui senão decifrar o mundo, procurar o sentido da vida, conhecer, ter curiosidade. O trabalho do pensador não é duro, pode ser exercido no café, estudando os livros, tomando notas. Ainda segundo Nietzsche, "os seus dias e as suas noites não são estragadas pelo remorso; ele move-se, come, bebe e dorme, observando um comedimento que honra o seu espírito sempre mais calmo, mais poderoso e mais lúcido; (...) não tem necessidade da sociedade senão de tempos a tempos, para em seguida abraçar ainda com mais ternura a solidão". No trabalho do pensador não há stress nem pressas. Não há chefes acima de si, o seu trabalho é livre. Ele exercita o intelecto, lê, pensa, observa. Talvez tenha o melhor modo de vida. Enquanto pensador não se envolve nos negócios dos homens. De resto, acha o comércio uma actividade menor. Descobre e inventa. Não permanece estático. Constrói filosofias. Não se incomoda com a passagem das horas.

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