segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O PARAÍSO ESTÁ À VISTA

O poeta está sentado na confeitaria. Escreve, inventa mundos, segue a caneta. Hoje meditou, por isso se sente mais solto, mais livre. As ideias percorrem a mente. Apesar de algumas mazelas físicas, não saiu da juventude. Continua a ir às noites, aos bares, à poesia. Aí é capaz de travar conversas interessantes, de discorrer sobre os mais diversos temas. Não fica aparentemente apático, como agora. Olha a mulher jovem. Deseja-a. O poeta quer continuar a ser ele próprio. Quer continuar a celebrar o dia. Não há prisões que o detenham, nem papões, nem capitalistas. Ele vai ao encontro da luz, sabe que há uma luz que lhe dá a vida. Essa luz une-se à alma e então o poeta cria. Espalha palavras pelo papel. Vai deixando filhos na Terra. Filhos que são os livros, que são os textos que publica. Quando está assim o poeta não conhece limites. Está muito para lá da vida rotineira. Ama a mulher. Deseja-a. Sabe que veio com um propósito, com uma missão, a de aumentar a vida. Por isso no poeta o amor vence o medo, o amor está no poema. E o poeta dança, o poeta celebra. O paraíso está à vista.

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