terça-feira, 21 de agosto de 2012

LOUCO DIVINO

Qualquer coisa de diferente. Qualquer coisa que nunca tenha sido escrito. Qualquer coisa de realmente maldito. Homem louco, louco divino, quem te pôs aqui? Porque falas no amor se estás em guerra? Na maior parte do teu tempo na Terra tens ouvido o óbvio, não aprendes nada. Defendes os pobres e os oprimidos? No fundo queres reinos e castelos, como outrora. E tudo te soa a banal. Há e...m ti a Criação de Blake, a embriaguez sem àlcool. Querias um outro mundo. Onde tudo fosse iluminação. No fundo, basta-te comer, beber e ir até Braga. O resto já está em ti, louco divino. Não precisas de deuses. Eles estão em ti. Ouves a música de outrora, da adolescência. Alguns procuram-te, vêm abraçar-te. Mas continuas muito tempo sozinho, louco divino. Eles desconhecem os teus poderes. Excepto quando vais à noite atirar-lhes palavras. Agora estás convencido que desvendaste o enigma da vida. Talvez o tenhas desvendado. Mas há dias em que pareces tão fraco. Tinhas razão, tiveste sempre razão, louco divino. Mesmo quando erraste. A poesia é mesmo a vida, não são floreados. Vives o que escreves, louco divino. E ainda tens uns anos à tua frente.

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