sábado, 12 de maio de 2012

O GRANDE LIVRO

Tenho a garra e a voz expressiva, segundo rezam as crónicas. Já aos 20/21 surpreendia no Tuaregue em Braga. Agora quero uma mulher mas quero também a glória. Preencho cadernos e cadernos. Não sei se se vão perder. O sr. Tiago cumprimenta-me. Compenso a preguiça de há pouco com o esgalhar da escrita. Há dias em que durmo horas e horas ou que simplesmente fico na cama, outros em que passo a noite acordado, é aquela vontade de não perder o instante, de agarrar a vida com todas as forças. Mesmo não sendo um realista, longe disso, sou realista, hiper-realista na escrita. Alguns investigam muito para escrever romances, eu investigo para o grande livro, que não sei quando virá. Escrevo para me manter vivo. Quando vou à cidade estabeleço diálogos com outros cidadãos. Política, literatura, arte, filosofia. O que é certo é que a extrema-esquerda vence na Grécia. O que é facto é que tenho a vida toda à minha frente. A vida é minha. O vosso bombardeamento já faz menos efeito, ó reis da máquina. A criança detém-se diante de mim. Quem virá a ser? Vem-se ao mundo e deixa-se marca num círculo muito restrito. Eu quero mais do que isso. Eu quero entrar nas mentes e nos corações. Tenho amigos e amigas. Não estou com eles todos os dias. Há dias, tardes, em que fico assim. Escrevo, leio, não paro de escrever. Porque raio não crio personagens?

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