quarta-feira, 21 de março de 2012

HAMLET


Já tive delírios. Segundo Platão, já tive a dádiva da divindade. Quando me imaginava Deus, quando queria atravessar para o outro lado, eu era esse, o iluminado. Quando apareci nos arredores da Póvoa sem saber como, quando me passei com a imagem do cristo crucificado na Páscoa de Braga, eu era esse, tocado pelo divino. Esta vida do realismo, do racionalismo económico não o entende. Serei mesmo um rei vindo de outras eras, um rei que deseja ardentemente a revolução. Um ser que é fundamentalmente alma. Que é capaz de dizer o que há muito não é dito, talvez desde Camelot. Um rei amaldiçoado em busca do Graal. Ser ou não ser Hamlet?

Sem comentários: