sábado, 18 de fevereiro de 2012

A VIDA DO BURGUÊS


Esta é a sociedade do burguês, da gentinha, do homem pequeno, do "ser diminuído e materialista, sem grandeza ou beleza de alma", do homem do cálculo e do interesse, como escreve Allan Bloom em "A Cultura Inculta". O burguês preocupa-se apenas com a sua conservação e o seu conforto, não tem ideais nem grandes paixões, "vive" no mercado sem explosões, sem gestos de loucura, sem arte, sem nada de edificante ou inspirador. Quando muito foi criativo na infância ou na juventude mas depressa as perdeu por força da máquina de propaganda ou da ideologia dominante que o empurram para o trabalho duro, para a castração do desejo, para a normalidade. A sua "vida" é feita de tédio, de rotinas, do sentar-se em frente à TV a beber programas imbecis ou de propaganda ao capitalismo. Ou seja, a partir de certa altura, é uma vivência de acomodação ao lar familiar, do voto nos partidos do sistema, sem qualquer intervenção na vida pública, sem um rasgo, sem uma elevação, sem uma conversa superior, sem poesia. Em suma, uma grande seca.

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