sábado, 14 de janeiro de 2012

O CANTO DA MULHER BELA


Sou acusado de, nos meus escritos, ou, pelo menos, até ao "Poeta no Piolho", de tratar as mulheres de uma forma sexista. Quando eu sempre vi a mulher ou, pelo menos, a mulher bela como alguém quase inacessível, quase divino. Como diz Agostinho da Silva, "admirar a natureza e não admirar a mulher que é a sua obra mais bela e não a admirar, querendo-a, em tudo o que ela é, espírito e corpo, é ser um poeta que faltou, na sua alma, à amplitude do mundo". Ocasiões há em que o simples partilhar do mesmo espaço, do mesmo café, com a mulher bela parece uma espécie de bênção. É claro que há o desejo, a libido, que me empurra para as formas generosas, para as curvas. No entanto, isso não me impede de ser o poeta que canta as mulheres belas, o eterno apaixonado pela musa que já o era aos 15 anos. Amo desmesuradamente algumas mulheres. Quero abrir-lhes a minha alma, contar-lhes os meus segredos, dar-lhes o amor e a poesia. Quero ser o poeta do mundo, da amplitude do mundo, põr a minha arte ao serviço da beleza. Ao fazer a escultura de mim próprio, ainda nas palavras de Agostinho da Silva, canto ternamente a mulher bela.

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