segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Se eu fosse capaz de expressar todos os meus pensamentos. Se eu fosse capaz de passar para o papel todas as minhas ideias. Seria possivelmente um génio. A psiquiatria, a psicologia baratas já chateiam. Sou um homem de iluminações. Há dias, noites, em que me passo. Em que me atiro ao inimigo, em que o insulto, em que o ameaço de morte. Sou então infame, insolente. Sou como Rimbaud. Sou como Ginsberg. Dou à luz estrelas. Esfaqueio o universo. Percorro a estrada larga. Permaneço em frente à folha. Pudesse eu escrever o inaudito, o que nunca foi escrito. Pudesse eu ser uma espécie de deus. Trazer à tona tudo o que vai dentro, todos os fantasmas. Ser capaz de ser o grande intérprete, o decifrador de enigmas. O homem que vem não se sabe de onde, como dizia o Jaime Lousa.

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