quarta-feira, 26 de outubro de 2011

RIBEIRO NA SIC NOTÍCIAS


REPORTAGEM/ Poesia: Um poema, entre um copo de vinho e os Doors (C/VÍDEO)
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Data de Publicação: Mar 18, 2011 4:28 PM
Última actualização: Apr 17, 2011 1:50 PM
Porto, 19 mar (Lusa) -- Faça-se silêncio que se vai ouvir poesia: é assim todas as terceiras quintas-feiras de cada mês no Clube Literário do Porto, um dos emblemáticos palcos de tertúlias poéticas da cidade.
*** Ana Marques Gonçalves (texto) e Filipe Pedro, Agência Lusa ***

Porto, 19 mar (Lusa) -- Faça-se silêncio que se vai ouvir poesia: é assim todas as terceiras quintas-feiras de cada mês no Clube Literário do Porto, um dos emblemáticos palcos de tertúlias poéticas da cidade.

O som introduz o que aí vem. Um CD passa um qualquer declamador, enquanto habitués, estreantes, homens, mulheres, góticos e antigos padres se vão amontoando no primeiro andar do Clube Literário do Porto: há uma casa cheia para ouvir "Poesia de Choque".

Artistas e público conhecem-se, cumprimentam-se, partilham um copo de vinho, com a descontração a ser o mote, a poesia a ser o ponto de encontro e a música o cenário de fundo. A tertúlia começa mais de uma hora atrasada, porque não há espaço, nem cadeiras para tanta gente (cerca de 50 pessoas para uma única sala).

Nas colunas, ouve-se os acordes de "The End", dos The Doors e os versos "It hurts to set you free/ But you'll never follow me" na voz do mítico Jim Morrison, numa antevisão do silêncio que se vai seguir, numa confirmação daquilo que António Alves da Silva disse à Lusa: "A poesia é um pouco omnipresente e omnisciente, está com quem vive a poesia, não escolhe propriamente".

Este espetador é estreante, ao contrário de Hermínia Bacelar, mulher de Letras, que há 14 anos atrás se iniciou na poesia no saudoso Púcaros, que durante 15 anos foi uma sala de poesia do Porto.

"O Porto é uma cidade de poetas, mas Portugal é um país de poetas. Portanto, não é nem mais nem menos do que outras cidades", refere a "espetadora e amante da poesia".

Hermínia Bacelar acredita que no Porto a poesia encontrou um lugar único: "Já há muitos anos, há um público muito aficionado... acho que é essa a palavra. Como quem vai à tourada ou ao fado, há um público da poesia e é um público de todas as idades, que é outra coisa muito interessante, porque apanha as gerações todas".

É uma assídua das sessões do Clube Literário, quatro por mês, divididas por Quartas Mal'Ditas, Quinta Essência, Poesia de Choque e Portugal Poético.

"Penso que estes encontros de poesia são quase como o fado vadio, é poesia vadia, porque as pessoas que a vêm aqui dizer não são pagas e, portanto, são os amantes da poesia, aqueles que gostam de dizer e que gostam de ouvir se encontram para esse efeito", completa.

Faz-se silêncio e começa a sessão. António Alves da Silva apresenta António Pedro Ribeiro, poeta e responsável pelas sessões do Clube Literário. "Sempre foi, sempre será assim para os poetas", diz. O quê? "A marginalização". Mas o que vê ali, naquela sala, é a massificação da poesia.

"A poesia sempre marcou um papel na história deste país, mas perante o cenário atual atribulado da humanidade, de revoltas e contrarrevoltas, pelo menos certo tipo de poesia faz mais sentido", aponta António Pedro Ribeiro.




AYG

Lusa/Fim.

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