quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EM JESUS


É novamente madrugada. Os galos cantam. Estou com a sabedoria do padre Mário. Sinto o chamamento da maiêutica, de me dirigir às vítimas do Mercado Global, de as despertar, de as provocar. Sou filho de Jesus. Passo a mensagem. É claro que, por outro lado, continuo a ser nietzscheano. Não tenho de ter pena dos coitadinhos. Não passam de macacos. Não são seres humanos integrais. Sinto sobretudo necessidade de companheiras, companheiros. Mas as minhas amigas andam muito ocupadas. Estão a ser escravizadas pelo trabalho. Não são mulheres livres. O trabalho mata a vida. Por isso, optei por esta "carreira" de escritor. Não tenho horários e raramente tenho compromissos. Voltei a ter fãs no Pinguim. Depois da morte do Carlos passou a ser definitivamente o bar da poesia. É lá que está a juventude. Mas dizia eu como, de resto, afirma o meu amigo Nuno, optei pela "carreira" de escritor. Continua a ser doloroso não ter dinheiro para as minhas despesas. Contudo, o "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas" está aí. Um livro diferente dos outros. De crónicas, reflexões, textos filosóficos e místicos. Pode ser que, desta vez, pegue. E depois ainda há o "Café Paraíso" e o "Fora-da-Lei", ambos de poesia. É madrugada e eu aqui. Teria algo a dizer à televisão e aos media. O padre Mário vai-me publicando no "Fraternizar". Teria a dizer que a revolução tem de vir para aqui. Que o PRL é necessário. Tenho um projecto político e místico, global. Preciso de companheiros, companheiras. É madrugada. Escrevo na sala. Venho da Graça e da Sabedoria. Tenho todo o direito de estar aqui. Sou o xamã desta tribo. Canto, danço, faço a festa. Não me apanhais, ó agiotas, não me apanhais, ó financeiros. Não sou escravo de nada. Não sou como vós. Escolhi esta via. Sou um homem do pensamento, mesmo sendo dionisíaco. A Palavra vem ter comigo. Procuro a luz no grande mar, na grande mãe. A missão está a cumprir-se. Já não receio a praça. Estou em Jesus.

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