quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Não à PRIVATIZAÇÃO DA CP

Lisboa, 10 nov (Lusa) - O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, defendeu hoje que a concessão a privados dos transportes ferroviários é uma "solução estúpida", que vai fazer aumentar o custo para os cidadãos, significando um corte indireto nos salários.

"A privatização é uma economia estúpida, é uma solução estúpida para um país que precisa de soluções inteligentes, precisa de soluções fortes do ponto de vista económico", defendeu o líder bloquista.

Francisco Louçã viajou nos comboios da CP, na linha de Sintra, e depois no comboio da ponte 25 de abril, explorado pela Fertagus, sendo que a última empresa cobra, segundo as contas do BE, mais 83 por cento por quilómetro pelos serviços.

O bilhete da CP para o troço Lisboa Sintra é de 1,75 euros, enquanto que igualmente para percorrer 27 quilómetros, entre Lisboa e Coina, a Fertagus cobra 2, 95 euros.

O passe mensal da Fertagus custa 66,9 por cento e o passe mensal da CP na linha de Sintra custa 35 euros, sendo que, sublinhou Francisco Louçã, na Fertagus "não há passe social".

"Temos a certeza que a ferrovia é degradada se ela for entregue à gestão privada porque a fatura vai ser paga pelas pessoas quando o Estado fez o investimento", argumentou.

Para Louçã, "as soluções que passam por preços mais caros pelo mesmo serviço não podem ser inevitáveis".

"Quando o bilhete aumenta cinco por cento, que é o que vai acontecer a partir de 1 de janeiro, e os transportes são privatizados e os transportes vão voltar a aumentar isso quer dizer que o salário ou a pensão está a ser reduzida", afirmou.

"Num momento em que a economia é atingida por vagas especulativas, em que os juros aumentam, em que as dificuldades aumentam, nós precisamos de uma economia mais competente", defendeu, sublinhando que a privatização dos comboios é uma opção de uma "economia que está a ser pior para as pessoas".

ACL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico ***

Lusa/Fim.

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