quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MANIFESTO DA CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


MANIFESTO DA CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA



Numa era em que a vida se faz e se joga em função dos mercados e, por isso, não é vida. Numa altura em que o governo corta nos salários, nas pensões, no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção e sobe nos impostos, nas SCUT's, nos preços dos bens essenciais e no preço dos medicamentos. Numa era em que o discurso económico já era porque é entediante, castrador como a "vida" dos mercados e de todos os que a seguem: Sócrates, Cavaco, Durão Barroso e companhia. Numa era de banqueiros, bolsas, especuladores e outros predadores. Numa era em que o PS e o PSD brincam ao orçamento, um orçamento que não serve, que penaliza a maioria dos portugueses. Numa era de "Big Brothers" e de uma "vida" quotidiana vazia. Numa era em que muitos não têm nada ou quase nada e outros dormem na rua. Eu, António Pedro Ribeiro, 42 anos, poeta e performer, declaro-me candidato à Presidência da República.

Porque é preciso dizer que isto não é vida. É preciso dizer que não somos mais do que ninguém mas temos a certeza de que isto assim não presta. O capitalismo e os seus agentes estão a matar o Homem e a Vida. Viram o homem contra si próprio. Instalam o medo, a inveja, o ressentimento, a intriga. É preciso dizer que não é mais possível o homem assim. Como se vê nas manifestações de França, Grécia, Islândia e Espanha. É preciso dizer que o homem está a ser amputado. É preciso dizer que queremos outro homem, outra vida. Ela existe e está aqui, dentro do homem. Não nos céus nem na fantasia.



António Pedro Ribeiro ou A. Pedro Ribeiro nasceu no Porto no Maio de 68. Viveu em Braga e reside actualmente em Vilar do Pinheiro (Vila do Conde). É licenciado em Sociologia pela Faculdade de Letras do Porto. É autor dos livros "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006), "Queimai o Dinheiro" (Corpos, 2009), "Um Poeta no Piolho" (Corpos, 2009), "Um Poeta a Mijar" (Corpos, 2007), "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (Pirata, 2004), "Á Mesa do Homem Só" (Silêncio da Gaveta, 2001) e "Gritos. Murmúrios" (com Rui Soares, Grémio Lusíada, 1988). Foi fundador da revista literária "Aguasfurtadas" e actuou como diseur e performer nos Festivais de Paredes de Coura de 2006 (com Adolfo Luxúria Canibal e Isaque Ferreira) e de 2009 (com a banda Mana Calórica), nas "Quintas de Leitura" do Teatro Campo Alegre em 2009 e no Festival de Poesia do Condado de Salvaterra do Minho (Espanha) em 2007. Foi activista estudantil na Faculdade de Letras do Porto e no Jornal Universitário do Porto. É aderente do Bloco de Esquerda e foi militante do PSR, tendo sido candidato às Juntas de Freguesia de Vila do Conde (2001) e da Póvoa de Varzim (2005) pelo BE e à Assembleia da República pelo círculo de Braga pelo PSR em 1991 e 1995 (mandatário distrital). Em 2003 na Póvoa de Varzim, foi acusado, com a organização Frente Guevarista Libertária, de ter derrubado a estátua do Major Mota, presidente da Câmara no regime salazarista e dirigente da Legião Portuguesa. Prepara o livro "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas". É responsável (com Luís Carvalho) pelas noites de "Poesia de Choque" no Clube Literário do Porto e participa regularmente nas noites de poesia do Púcaros e do Pinguim no Porto.

5 comentários:

A disse...

o problema é que realmente o povo é sereno, e o reflexo do governo.

onde é que eu assino como proponente para a candidatura?

Francisco Calafate Faria disse...

Companheiro,
Fiquei a saber da tua candidatura enquanto procurava a última citação fantástica do nosso embaixador Durão, que muito nos orgulha e espalha o nome de Portugal pelos não sei quantos ventos da Europa, mas que tem de falar muito baixinho não vão os mercados ouvir, sim porque os mercados têm ouvidos e estão muito atentos ao que diz o Dr Durão e é apenas por isso que o Dr Durão não diz nada, a não ser, e aí a sua voz entusiasma-se, que ontem Portugal ganhou, e levantando a voz, Portugal ganhou, foi um jogo de futebol, mas ganhou e por isso é preciso ter confiança!, ops, Espero que os mercados não tenham ouvido, e foi assim, como dizia, procurando registo desta intervenção arrebatada do nosso líder Europeu, em tom respeitoso do descanso instável desse seres extraordinarios, que dei com o teu blog e com esta notícia fabulosa. Apesar desse teu ar de poeta sonhador, estás sempre atento e por isso esperamos de ti, em S.Bento, em Bruxelas, ou onde quer que estejas, que não tenhas medo de puxar as orelhas dos mercados, muito menos de lhes gritar aos ouvidos.
A pergunta agora é mesmo essa, Onde é que se assina?

A. Pedro Ribeiro disse...

não há assinaturas, meus amigos. Obrigado, de qualquer forma. Mas todas as ajudas são bem-vindas. Todas as sugestões ou assembleias de discussão. Esta é uma candidatura sempre em movimento, que não se esgota nas eleições.
apedroribeiro@hotmail.com

JamesBlackhill disse...

Como comentei no meu blog recentemente se o António P. Ribeiro se candidatasse eu votava em si. Deixo-lhe aqui o meu apreço pela sua poesia. E sai uma cerveja para a mesa do canto que a gaja boa já se foi embora. Pode encontrar o meu manifesto de apoio aqui: http://jamesblackhill.blogspot.com/2010/10/poema-enclausurado-sensu-latu.html

A. Pedro Ribeiro disse...

Obrigado, James.