segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O CAPITALISMO A TODO O VAPOR

Inicialmente admitia-se a suspensão de 230 contratos de trabalho
Qimonda Portugal vai despedir já 590 trabalhadores
12.10.2009 - 17h33
Por Rosa Soares
Nélson Garrido (arquivo)

A administração da Qimonda Portugal, em conjunto com o Administrador de Insolvência, acaba de anunciar que pretende avançar de imediato com a cessação de 590 contratos de trabalho dos colaboradores em regime de lay-off.

Este número é muito superior aos 230 contratos de trabalho que a administração pretendia suspender, por negociação voluntário ou despedimento colectivo, conforme foi anunciado na assembleia de credores, no passado dia 29 de Setembro.
A administração da Qimonda, que na assembleia de credores de Setembro viu aprovado o plano de insolvência (revisto e actualizado), tinha admitido que a empresa só precisaria de 770 trabalhadores, dos actuais mil, em velocidade cruzeiro, ou seja, em 2011/2012.
Nessa assembleia, a empresa admitia a necessidade de despedimento imediato de 230 trabalhadores, e a possibilidade de novação do regime lay-off, até Abril, para a maioria dos trabalhadores que se encontram nesse regime, num total de 770. Os restantes 230 tranbalhadores encontram-se a trabalhar na empresa.
Muitos trabalhadores questionaram, em Setembro, qual a vantagem de renovar o lay-off (que implica um redução significativa do salário), se em Abril poderiam ser confrontados com o despedimento, uma vez que a empresa ainda estava longe de atingir a velocidade cruzeiro.
No comunicado, a administração da empresa acaba de assumir “a cessação de 590 contratos de trabalho dos colaboradores em regime de lay-off, designadamente por ser legalmente inviável e economicamente insustentável a sua continuidade até à entrada da operação em velocidade cruzeiro”.
A administração adianta ainda que “não exclui a possibilidade de, durante a fase que antecede a decisão final, serem encontradas soluções mais próximas dos interesses concretos das pessoas, nomeadamente a celebração de acordos de revogação que antecipem o momento da extinção do contrato de trabalho e a possibilidade de considerar a manutenção do regime de lay-off para
um número limitado de contratos”.
A administração assume que estas são medidas absolutamente indispensáveis para o
relançamento da actividade da empresa e a sua manutenção num sector
extremamente competitivo e reafirma o compromisso, no quadro das necessidades futuras, dar preferência à contratação dos colaboradores agora dispensados.
A administração adianta que “foram estabelecidos vários contactos com potenciais parceiros comerciais, no sentido de diversificar a oferta de serviços e/ou produtos da empresa, inclusive em segmentos distintos do das memórias DRAM”. Acrescenta que os contactos realizados abrem perspectivas para a retoma da actividade da empresa, não só nos segmentos da produção de componentes, mas também para a entrada em novas áreas – mais avançadas tecnologicamente e com uma procura crescente no mercado – como é o caso RDL/Wafer Level Packaging. Adianta que a concretização destas perspectivas permitirá assegurar a actualização tecnológica da unidade e a
manutenção da empresa numa posição de destaque no panorama tecnológico mundial
do sector.

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