segunda-feira, 21 de setembro de 2009

JERÓNIMO

Comício no Porto
Jerónimo diz que PS ganhou porque enganou portugueses com “papão da direita”
20.09.2009 - 19h46 Lusa
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje no Porto que o PS tem sido eleito porque engana os portugueses com o “papão da direita”, alertando que a actual situação do país não permite “novos enganos”.

No comício da CDU no Palácio do Cristal, onde o secretário-geral do PCP disse estarem “cerca de 5.000 pessoas”, Jerónimo de Sousa afirmou que “não se combate a direita fazendo-lhe o frete de fazer a política que é dessa mesma direita”.

“Não venha agora o PS agitar o papão do PSD e da direita, para continuar a fazer o que a direita gostaria de fazer directamente”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Para o líder comunista, “é em nome desse papão que o PS tem conseguido ganhar eleição após eleição e levar ao engano milhares de eleitores”, mas agora “o tempo e a situação do país não está para novos enganos”.

Se a direita cresce, diz o cabeça-de-lista da CDU em Lisboa, a culpa é do PS.

“A direita avança e ganha crédito sempre que o PS lhe abre portas, sempre que o PS rasgou as suas promessas de esquerda, sempre que o PS caçou votos em nome de um alegado perigo que rapidamente esqueceu”, sublinhou.

Numa intervenção de cerca de 25 minutos, Jerónimo de Sousa voltou a destacar parecenças entre PS e PSD: têm, sustentou, “a mesmíssima veneração perante o capital financeiro, a mesmíssima recusa de fazer pagar à banca os impostos que qualquer pequeno ou médio empresário se vê obrigado a pagar”.

Semelhanças que se estendem ao Código do Trabalho, à “injusta distribuição do rendimento nacional, na promoção de “financeirização da economia, em detrimento dos sectores produtivos”.

Ambos desenvolvem “manobras de ocultação e mistificação para fazer esquecer o seu passado”, disse, recordando o apelo do líder do CDS, Paulo Portas, para que os portugueses “não olhem para as políticas, mas para as pessoas”, porque “querem fazer das eleições uma espécie da concurso de beleza, esquecendo tudo o que são e o que fizeram”.

“E depois admiram-se do Berlusconi. Eu não digo que Paulo Portas seja tão jeitoso como aquelas candidatas que Berlusconi queria indicar, mas o sentido é o mesmo, como se isto fosse uma questão de candidatos mais ou menos simpáticos, mais ou menos bonitos”, ironizou.

PS, PSD e CDS “bem podem limpar as mãos à parede”, porque “fizeram coisas muito feias, quando levaram a que este país seja hoje mais injusto, mais desigual, mais dependente, mais endividado”.

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