domingo, 1 de março de 2009

O GAJO QUE ESCREVE


Acabou-se a etapa que se iniciou em Agosto com a Gotucha. Mais uma fase de trevas. Valha-me a cerveja. A escrita não sai célere, automática. Fico preso de movimentos. A. ofereceu-me um livro do Alberto Pimenta que mo autografou. Mas não fui capaz de dizer palavra ao poeta. O poeta panfletário perde a pica. E daqui a duas semanas tenho de apresentar os manifestos. E daqui a semana e meia tenho de apresentar o livro. Como irei estar? As perspectivas não são as melhores. Mas é preciso acreditar no homem. É preciso acreditar na palavra. Dar a volta ao texto. Cagar para o ministro das Finanças. QUeimar as notas. Gozar com a crise. Saborear a cerveja. Gritar. Gritar loucamente. Escrever versos flipados. Deixar correr o marfim. Estou em Braga, é Agosto, a Gotucha aguarda-me em casa. Estou em Braga, é Agosto, escrevo no café o que me vem à cabeça. Estou em Braga, é Agosto, liberto-me de um longo sufoco. Estou em Braga, é Agosto, vadio pela cidade. Estou em Braga, é Agosto, encontro o Luxúria Canibal na "Brasileira". Sento-me à mesa dele, converso. Deixo correr o marfim. Estou no Porto, é Março, e fui ver o Pimenta. A. apareceu mas teve de ir embora mais cedo. Prometeu que vem no dia 14 aos manifestos. A euforia veio há dois meses. Também estava em Braga com a Gotucha. Comecei a imaginar coisas. A alucinar. A estadia em Amarante com a Carlinha retardou a crise. Qual grande escritor! Sou apenas um gajo que escreve umas notas no caderno, uns desabafos, um gajo que anda por aí. Não tenho nada de grande. Sou apenas mais um gajo que escreve, entre tantos outros.

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

ai,ai, pedrinho...

temos que te arranjar um romance que "tampone" a crise, como diz o meu chefe...


beijos, muitos


csd