quinta-feira, 6 de novembro de 2008

COM O DO VALE DEFRONTE


Estou no "Piolho". O Do Vale está defronte. O Rocha não veio. Bebo e não conheço mais ninguém, àparte os empregados. Talvez tenha arranjado editor para um dos meus livros. Há dias como hoje em que custa escrever. Nem que esteja o Do Vale próximo de mim. Sinto a falta do Rocha que hoje iria apresentar uma tese acerca da vitória e do renascimento do FC Porto. Um desdentado ri-se para mim. E é isto que eu consigo escrever para manter os mínimos diários. Não há gajas nem rock n' roll. O pessoal olha para o futebol. Queria estar entusiasmado mas não estou. Queria estar dionisíaco mas não estou. Queria ter gajas mas não tenho. Ou melhor, talvez até tenha mas ela hesita, hesita. O empregado traz-me o segundo fino. Hoje dormi de tarde. Estava cheio de sono. Até adormeci no metro e provavelmente ressonei. Ressono muito. É desagradável. Ando a tratar disso no hospital mas as consultas demoram meses. A Gotucha telefonou-me porque está chateada com o namorado. Os empregados barafustam um com o outro. Não saio desta merda. Escrever sem disciplina, sem objectivos. O Luís olha para o Ronaldo. A Cláudia diz que eu deveria escrever contos e outras coisas. Mas eu sou tremendamente preguiçoso. Deixo ficar a coisa em bruto. Conheci uma gaja que realmente me compreende. Isso é bom. Daqui a bocado estou no "Púcaros" a descarregar estas merdas. Uns gostam, outros não. Dizem que sou incómodo. Mas eu queria ser divino. Queria sair em glória. Queria surpreender toda a gente. Merda! Esta inquietação dá cabo de mim. Porquê esta inquietação? E entra o deputado. O deputado namora. Os deputados também namoram, também gostam de gajas. E pronto. Veio um gajo chato sentar-se à minha frente e fodeu-me o texto!

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

lol!!!!

Mas...os gajos chatos também fazem parte da vida ;-)


CSD