quarta-feira, 17 de setembro de 2008

JIM MORRISON


Depois destes anos todos chego à conclusão que é com o Jim Morrison que me identifico mais. Sucessor e leitor dos beatnicks, Morrison já dizia que "se a minha poesia pretende atingir alguma coisa, é libertar as pessoas dos limites em que se encontram e que sentem". Jim foi um revolucionário mas não um revolucionário tradicional. O poeta dos Doors apelou para o caos, não tinha uma cartilha pré-definida, não tinha de estar sempre lúcido nem de se portar sempre bem. Apelou para o caos porque entendia que era esse o caminho para a luz, para a liberdade. Deu ao rock a dimensão teatral. Era um xamã, aquele que entrava em contacto com os deuses e com a loucura. Não se contentava em cantar a paz e o amor como os hippies. Achava-os ingénuos. Queria chegar lá mas achava que tínhamos de atravessar o caos, "atravessar para o outro lado". Percorreu a estrada do excesso para alcançar a sabedoria, como indicou William Blake. Quis ultrapassar os limites. Entendia que a vida não se resume a uma fórmula única e irreversível, ao ganhar dinheiro. Revoltou-se contra a autoridade, contra a polícia. Foi um espírito livre, um menino e um bailarino no sentido nietzscheano.

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