sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A SOCIEDADE DA CRIAÇÃO


Vivemos numa sociedade em que o dinheiro é Deus, uma sociedade de mercadores, de especuladores, onde somos reduzidos à condição de mercadorias que se trocam no mercado global. A organização social capitalista conduz a que aqueles que são explorados se guerreiem uns com os outros, se invejem, se entreguem à competição desenfreada e a que adoptem uma atitude derrorista face à transformação da sociedade.
À sociedade da morte devemos opor, como propõe Raoul Vaneigen, uma sociedade que exalte a vida. Uma sociedade assente no humanitarismo e no desejo, no amor e não no ódio, que acabe com o dinheiro e com o mercado. Uma sociedade assente na criação poética que vá de encontro à idade do ouro em que a vida era, nas palavras de Rimbaud, "um banquete em que todos os corações se abriam e em que todos os vinhos corriam". E acrescenta Henry Miller: "não há alegria comparável à do criador, do poeta, porque a criação não tem outra finalidade para além de si própria". E esse poeta é um xamã, um feiticeiro dionisíaco que canta e dança, que faz da arte uma festa e que torna ridícula a sociedade capitalista.

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