terça-feira, 9 de outubro de 2007

HASTA LA VICTORIA, SIEMPRE!

EL CHE VIVE!

António Pedro Ribeiro

40 anos depois da sua morte Ernesto Che Guevara continua a ser um exemplo de coragem, generosidade e de entrega de uma vida à luta contra o capitalismo e o imperialismo. O seu rosto continua a percorrer manifestações no mundo inteiro, sobretudo na América Latina.
O exemplo do Che perdura até hoje porque o guerrilheiro argentino representa o ideal do revolucionário que não se rendeu aos encantos do poder preferindo prosseguir com a revolução noutras paragens. Che é ainda, mau grado os erros que cometeu, um caso extraordinário de fidelidade às suas convicções que se foram afastando dos faróis de Moscovo e de Pequim. Urge criar dois, três, muitos Vietnames- proclamou, vincando o seu internacionalismo.
Nestes tempos onde o homem é reduzido à condição de mercadoria que se compra e vende no mercado global, onde parece que somos forçados a escolher entre o capitalismo de guerra e o fanatismo religioso, onde o tédio e a podridão tomam conta das relações humanas, Guevara emerge como símbolo de humanismo e resistência.

1 comentário:

lauramos disse...

Lembrei-me de um poema de António Horihuela, a propósito da morte de Che e do mundo passados 40 anos ...

"Tenho 31 anos e estou cansado.
Todos os sítios me vão parecendo, finalmente,
igualmente maus.
Todas as pessoas, incluindo as que gostam de mim,
insuportáveis.
Não encontro sentido nem para o que faço
nem para as coisas que deixo por fazer.
Olho para os outros com a absoluta certeza de quem vê
não semelhantes,
serenos, resignados, envelhecidos extraterrestres.
Olho para mim
e sinto-me como se não tivesse outros com quem partilhar.
Para onde quer que eu olhe,
a insuportável mentira que faz ninho, germina, destila
este tempo, este país, este modo de viver
a que chamam progressista, tolerante,solidário, democrático,
avançado, europeu, e melhor e melhor
que todos os existidos,
que todos os possíveis.
Este modo de viver
onde falta tudo o que foi nomeado.
Que desfez a classe operária sem uma única bala,
que encarcerou as consciências sem uma única grade,
que me afasta sem um único cassetete, que me exclui sem um ferro candente,
sem sequer uma estrela amarela na lapela.

Este tempo
de fatos novos
de Imperadores.