quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Manuel Alegre

A qualquer momento
qualquer um
pode dizer: eu sou o Che.
Ou mesmo sem o dizer pode partir.
Ou não partir. Mas de qualquer modo
desaparecer.
Subir a uma montanha de si
criar um foco
um centro de irradiação
tanto pode ser uma guerrilha como um poema
ou um silêncio. Ou até
porque não
um amor secreto.
Ou simplesmente uma recusa.

Algo de diferente
um gesto que provoque uma alteração de ritmo
uma ruptura
uma súbita e nova relação mágica
consigo mesmo e com os outros.

Manuel Alegre, "Che".

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