sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Caos

O Caos como posição política Podemos usar o Caos como posição política que imploda a dicotomia entre esquerda e direita? Certamente. Hoje, nada pode se esperar da Arte e das Políticas radicais, além de uma desesperada tentativa de reformismo ou teatro experimental ideológico. O caos e a Entropia social são os únicos horizontes observáveis. Um espectro ronda nossas cabeças, o espectro do niilismo. O trem está desgovernado, a casa está caído e os escombros a todo momento ameaçam de desmoronar em nossas cabeças. Uma situação como essa tem tudo para nos induzir à apatia e à espera da morte, coisa que devemos evitar através da ação. Conscientes da degeneração, devemos denunciá-la acelerando-a. O Caos avança! Eis nossa palavra de ordem. Niilistas são as putas que vos pariram! Somos Caoístas. Somos adeptos da Discórdia e sabotamos tudo o que pode ser sabotado, para que nossas crianças possam ser libertadas da escravidão. No século passado, o cientista russo Pavlov destacou-se com suas experiência com condicionamento, usando cães como cobaias. Ele conseguiu que os cães demonstrassem sinais de apetite ao ouvirem um determinado apito e sentirem sono, ao ouvirem determinada música, por exemplo. Assim se encontra a humanidade, condicionada como Cães de Pavlov. Muitas vezes não pensamos em nossos atos, fazemos porque estamos condicionados a fazê-los. Representamos papéis pré-determinados e através de nossos mais pequenos gestos, perpetuamos um sistema que nos oprime. Aconteceu que certo dia um cano hidráulico rebentou, inundando o laboratório de Pavlov, matando muitos cães afogados. Os poucos animais que sobreviveram não demostraram o menos traço do antigo condicionamento. Acreditamos então que um enorme cano hidráulico precisa ser rebentado. Este cano é a estrutura de funcionamento do capitalismo. Observe que em diversos tumultos, quando o clima de violência atinge certo nível de tensão, os quebra-quebras são facilmente deflagrados. Isso não é uma mera coincidência. É uma energia a muito reprimida, mas que não some, pelo contrário, cresce com o tempo. É com essa energia que devemos trabalhar. O capital tomou conta de tantos aspectos de nossas vidas que no momento em que ele entrar em colapso o chão desaparecerá dos pés da humanidade, inundando o laboratório de Pavlov. Três dias de caos e violência serão suficientes pra apagar três milênios de condicionamento da humanidade. Só que nada virá dos partidos de massa e dos grupos baseados no recrutamento quantitativo. Pelo contrário, podemos esperar algo de microsociedades baseadas nos gestos e pensamentos radicais de seus membros. Células como essas poderiam reunir todas as possibilidades de irradiar um dia com força suficiente para libertar a criatividade da maioria dos homens. Pequenas células trabalhando em prol do avanço do Caos, eis nossa tática. Inserir areia nas engrenagens do sistema, trabalhar em todas as frentes possíveis do cotidiano, trazer à luta ao nosso dia-a-dia. Viver absurdamente como uma forma de acabar com esse absurdo infinito. ::: posted by ARI ALMEIDA at 3:42 PM

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