quinta-feira, 5 de maio de 2005

SALOON

Calor tórrido no velho Oeste. A dona do "Saloon" sorri. Se não fosse casada...
Oiro de fino. Oiro de sol. Oiro que queima.
"Saloon". Marta, por onde andas? Marta, fia-me um fino. Conversa comigo. A vida de rock n' roll e de rebelião também cansa. Preciso de paz, de ternura. Ontem deixei escapar a Vanda. Já estava podre de bêbado e declarei-me. Sei lá porquê. Apesar de tudo, as mulheres amam-me, parecem ter uma ternura especial por mim. Mesmo quando se afastam, mesmo quando me renegam. Preciso de uma mulher que me ampare. Que estanque a minha loucura. Que me abrace no fim do concerto. Que me dê àgua no deserto.
O suor aperta. O sol. O sol. O teu vestido branco. O meu lenço à cowboy. Neste momento só quero ternura. Beijos. Muitos anos, muitas noites, muitas performances. A garganta seca. Matar a sede. Ter dinheiro e não ter. Ficar a dever. As dívidas acumulam-se mas um gajo vai-se aguentando. De qualquer forma, a bonança é passageira. O caos impera e pode estoirar a qualquer momento. "Saloon" e tu dás-me a àgua. Foge comigo. Mas tu ficas à porta, ao sol, de branco, angelical. Gesticulas ao infinito. Vives. Sorris. No teu "Saloon". À porta.

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